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Onde o mote é a fotografia e... outras eventuais peregrinações.
A arte de arrastar, Xávega ou Xávena, utiliza-se na praia de Espinha na pesca da sardinha.
Pelo menos duas embarcações deste género de pesca ainda persistem em atividade nesta terra de pescadores!
Sé Catedral do Porto
Situada no topo do morro de Pena Ventosa, a Catedral portuense é de fundação muito antiga, embora nada reste do tempo anterior à fundação de Portugal. A primeira notícia referente à vetusta Sé do Porto remonta ao século VI - pois em 589, ano do III Concílio de Toledo, presidido pelo monarca visigodo Recaredo, teve assento D. Constâncio, bispo da Igreja Portucalense. No século VIII, os muçulmanos conquistaram o Porto, arrasando a primitiva Sé Catedral e mudando-se os bispos titulares para Oviedo e outras dioceses do Norte da Península Ibérica. Reconquistada a cidade para as armas cristãs, a Sé episcopal seria reconstruída.
Após um período em que se declarou "sede vacante", estando encarregue do governo da diocese uma série de cónegos-arcediagos, o bispo francês D. Hugo é eleito em 1114. Recebendo avultadas doações de D. Teresa e, posteriormente, de D. Mafalda (respetivamente mãe e mulher de D. Afonso Henriques), D. Hugo procede à reedificação da nova Sé Catedral ao longo do século XII.
Situada no topo do morro de Pena Ventosa, a catedral românica portuense iria sofrer diversas metamorfoses ao longo dos séculos, devido ao aumento populacional, ao seu estado de ruína ou ainda ao gosto estético de cada época.
De planta em cruz latina, a Catedral apresenta uma fachada de características marcadamente românicas, com a sua granítica solidez construtiva e a sua maciça volumetria, isto apesar dos acrescentos posteriores que lhe diluíram a pureza inicial. O portal nobre rocaille (1772) é formado por dois pares de colunas, sustentando frontão central interrompido e curvilíneo, sobrepujado por edícula preenchida com a estátua de N. S. da Assunção, santa padroeira da Sé e da cidade do Porto. O corpo central é rasgado por rosácea medieval, enquadrado por contrafortes e rematado superiormente por ameias. Ladeiam-no duas altas e robustas torres sineiras contrafortadas, com balaustrada e pináculos, sendo cobertas por cúpulas achatadas.
O seu austero interior românico apresenta um corpo dividido em três naves de cinco tramos, sendo a central e o transepto de maior altura, cobertas por abóbadas apontadas e reforçadas por arcos torais. Grossas e sólidas colunas sustentam as abóbadas da igreja, enquanto as paredes exteriores foram reforçadas por arcos-botantes. Entre estes abrem-se pequenas aberturas que deixam penetrar a luz para o interior da igreja, conjuntamente com as janelas retangulares da cabeceira, a torre-lanterna do cruzeiro e a grande rosácea da fachada principal. Na interseção do amplo transepto e da nave central situa-se o cruzeiro, com a sua abóbada de nervuras em estrela suportando a torre-lanterna.
A ábside é constituída por capela-mor com abóbada de berço dividida em caixotões com mármores incrustados, obra mandada edificar pelo bispo D. Frei Gonçalo de Morais entre 1606 e 1610. Sobre os elegantes cadeirais setecentistas estão colocadas duas tribunas elevadas e com esbeltos órgãos barrocos. O fabuloso e monumental retábulo de talha dourada foi concretizado entre 1727 e 1729, elaborado por Santos Pacheco e executado pelo entalhador Miguel Francisco da Silva. Dois anos antes, em 1725, Nicolau Nasoni executava na capela-mor e ainda na sacristia pinturas cenográficas em perspetiva, ampliando ilusoriamente a cobertura destas estruturas.
A capela absidal do Santíssimo apresenta um primoroso trabalho de repuxado e cinzelado no seu retábulo de prata do século XVII, obra de mestres ourives de Lamego e do Porto. Na época das Invasões Francesas, esta obra salvou-se devido a um estratagema engenhoso. Com efeito, quando as tropas de Junot entraram na Sé do Porto, em 1807, pilharam toda a prata dos altares com exceção deste monumental retábulo, pois um diligente sacristão da Sé cobrira-o totalmente com gesso.
No lado sul da Catedral abre-se o primoroso e proporcionado claustro gótico, obra encomendada pelo bispo D. João III e iniciada no ano de 1385. De cada lado da quadra abrem-se quatro arcos quebrados, inscrevendo-se em cada um deles um óculo e três arcos menores, sustentados por duplas colunas com capitéis vegetalistas. As galerias são cobertas por abóbadas de feixes ogivais. As paredes são preenchidas por azulejos barrocos setecentistas, da autoria de António Vital Rifarto e ilustrados com cenas bíblicas.
Outras dependências de grande beleza estética atestam a grandiosidade e a nobre história da Sé portuense, com destaque para a capela gótica poligonal do cavaleiro da Ordem de Malta João Gordo, repousando os seus restos mortais num túmulo atribuído ao escultor trecentista mestre Pero, ou ainda para a galilé barroca da fachada lateral, obra de 1736 e da autoria de Nicolau Nasoni.
Esta catedral faz parte do Centro Histórico do Porto, um local classificado Património Mundial pela UNESCO em 1996, e no qual se integram outros edifícios emblemáticos da cidade.
Fonte: Infopédia
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