O Mosteiro de Paço de Sousa foi fundado no século X por Trutesendo Galindes e sua mulher Anímia. Ligado à família dos Ribadouro, foi um importante mosteiro beneditino.
A Igreja, edificada no século XIII no mesmo local do templo anterior (século XII), apresenta uma decoração muito própria. Utiliza ornamentação vegetalista talhada a bisel e desenvolve longos frisos no interior e no exterior da Igreja, à maneira da arquitetura visigótica e moçárabe (séculos V-VIII). Terá sido em Paço de Sousa que nasceu uma corrente com base na tradição pré-românica e influenciada por temas oriundos do românico de Coimbra e da sé do Porto, dando origem ao que se designa de "românico nacionalizado”. O plano arquitetónico da Igreja do Salvador de Paço de Sousa obedece à tipologia de templo beneditino de três naves: um corpo tripartido em naves de quatro tramos, separadas por arcos diafragmas e cobertas por teto de madeira; uma cabeceira igualmente tripartida, escalonada, com paredes testeiras redondas, e o interior abobadado.
No interior da igreja, conserva-se o mais importante túmulo românico nacional: o monumento funerário de D. Egas Moniz, aio do rei D. Afonso Henriques, que resulta da junção de duas arcas tumulares: uma dos finais do século XII e outra do século XIII.
A capela-mor, a sacristia, o claustro e o que resta do edifício monástico datam dos séculos XVII e XVIII. O conjunto recebeu obras de restauro nos séculos XIX (1883 e 1887) e XX (1937-1939). A igreja do Salvador de Paço de Sousa integra a Rota do Românico.
Adaptado de: Rota do Românico.
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